terça-feira, 29 de setembro de 2020

Um Altar Espiritual para Sacrifícios Espirituais

No Cristianismo não existe um altar ou templo físico, e ainda lemos: “Temos um altar, de que não têm direito de comer os que servem ao tabernáculo” (Hb 13:10). A distinção feita entre aquilo que pertencia a Israel e o que pertence ao Cristianismo nos dá o caráter do altar mencionado. Nosso altar é espiritual, sobre o qual são oferecidos sacrifícios espirituais. “Portanto ofereçamos sempre por Ele a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o Seu nome. E não vos esqueçais da beneficência e comunicação, porque com tais sacrifícios Deus Se agrada” (Hb 13:15-16). Pedro também escreve: “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 2:5).

É bom lembrar que a palavra Igreja na Escritura nunca se refere a um edifício, mas sempre a crentes. “E chegou a fama destas coisas aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém” (At 11:22). Os edifícios não têm ouvidos! A Igreja de Deus – também chamada corpo de Cristo – é composta por todos os verdadeiros crentes desta atual dispensação (Ef 1:22-23). Também lemos sobre igrejas locais. Nos dias dos apóstolos, essas consistiam dos crentes em uma determinada localidade – por exemplo: “a igreja que estava em Jerusalém”; “às igrejas da Galácia”; “À igreja de Deus que está em Corinto” (At 11:22; Gl 1:2; 1 Co 1:2)[1]. Infelizmente, temos de dizer, nos dias dos apóstolos, porque as igrejas hoje não são a expressão do corpo de Cristo. As congregações são formadas em torno de líderes, de mestres, de estatutos, de objetivos e de todos os outros princípios, exceto o estabelecido na Palavra de Deus. A Escritura não chama essas reuniões de igrejas; elas são identificadas como divisões sectárias (1 Co 1:12-13, 11:18-19).

Também devemos reconhecer da Escritura que a igreja local não é simplesmente uma reunião de crentes. Os dois ou três em Mateus 18:16 são distintos da igreja; os dois ou três que “são colocados juntos para o Meu nome” (Mt 18:16-17, 20 – JND). Ser reunido para o nome do Senhor Jesus Cristo é um ato do Espírito de Deus. O Senhor nos deu a promessa de Sua presença quando somos assim reunidos: “aí estou Eu no meio deles” (Mt 18:20). Não é porque Cristo vem até nós, mas porque estamos reunidos a Ele. Saiamos, pois, a Ele fora do arraial, levando o Seu vitupério(Hb 13:10, 13). Não é uma posição de glória, mas uma posição de reprovação.

Infelizmente, a promessa da presença do Senhor foi reduzida a uma expressão sem sentido. Tornou-se a aprovação do homem sobre aquilo que ele cria. O Senhor recebe pouca honra e nenhuma autoridade na assembleia. Se realmente reconhecemos que o Senhor Jesus está presente quando estamos reunidos para o Seu Nome, que cuidado, que reverência e que adoração isso então produziria! Cristo é o centro de nossa adoração, tanto como nosso centro de reunião como também nosso objeto.



[1] N. do A.: A palavra grega traduzida como igreja também pode ser traduzida como assembleia; existem alguns casos em que é usada em sentido geral (At 7:38 – JND, 19:39 – JND).

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