“Amados,
peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das
concupiscências carnais que combatem contra a alma” (1
Pe 2:11). Se não entendermos que somos cidadãos celestiais e forasteiros neste
mundo, nunca viveremos como peregrinos. A palavra forasteiro pode ser mais bem entendida se usarmos a palavra estrangeiro. Deus nos chamou para viver
nossa vida em relação a este mundo como estrangeiros. Tudo neste mundo é estranho
à nova vida que possuímos em Cristo. Já não é o nosso lar. Como Abraão, devemos
ser moradores de tendas. Não quero dizê-lo literalmente, mas isso certamente
deve formar nosso pensamento quanto a este mundo e suas coisas. Lembre-se: estamos
falando do sistema mundial, não a Terra física. A única propriedade que lemos
que Abraão comprou foi uma cova para enterrar os mortos: “Estrangeiro e peregrino sou entre vós; dai-me possessão de
sepultura convosco, para que eu sepulte o meu morto de diante da minha face”
(Gn 23:4). Se Abraão não estabeleceu raízes permanentes aqui, certamente também
não temos desculpa para fazê-lo: “Porque
(Abraão) esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o Artífice
e Construtor é Deus” (Hb 11:10).
Nossa renúncia ao
mundo não deve, de maneira alguma, limitar-se ao que é espiritual. A metáfora
de uma corrida é usada em várias Escrituras para ilustrar a vida Cristã. Não é
uma corrida contra outros crentes, mas sim o caráter de uma corrida de
resistência. Ninguém entra em uma corrida carregado de pesos desnecessários: “Portanto nós também, pois que estamos
rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o
pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos
está proposta: Olhando para Jesus, Autor e Consumador da fé” (Hb 12:1-2).
Não é apenas que algumas coisas neste mundo são pecaminosas; também precisamos
ter cuidado com os embaraços que nos sobrecarregam. Essas são coisas que podem
não ser ruins em si mesmas, mas que atrapalham o crescimento Cristão e nos
impedem no caminho de fé.
Em sua segunda carta
a Timóteo, Paulo usa uma metáfora diferente: o soldado. “Ninguém que milita se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar Àquele que o alistou para a
guerra” (2 Tm 2:4). A vida de um soldado é caracterizada por disciplina e
dificuldades. Naturalmente, não gostamos disso. E, além disso, a quem estamos
tentando agradar? Se considerarmos a ilustração dada anteriormente, de alguém
vivendo na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial, começaremos a ver a
seriedade de nos envolver com o mundo. Ao nos envolvermos em seu
entretenimento, política, materialismo, filosofia, religião e a lista não
termina aí, na verdade estamos nos relacionando com o inimigo. “Adúlteras, não sabeis vós que amizade com o
mundo é inimizade com Deus? Portanto qualquer que pensa em ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4:4 – JND). Estas são palavras fortes. O
mundo nos oferece todos os meios para gratificar a carne, mas retornar
novamente àquilo de que fomos libertos é nada menos que adultério espiritual.
Não imagine que
Satanás não tenha uma intenção nas coisas que ele oferece. Não é muito difícil
nomear livros e filmes que tratam de assuntos inofensivos em si mesmos, mas que
contêm nem tão sutis distorções da verdade. A indústria do entretenimento, em
particular, sempre teve um objetivo. Ela promove seu estilo de moralidade desde
tempos imemoriais. Podemos ver claramente seus frutos ao nosso redor no mundo
de hoje.
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