terça-feira, 29 de setembro de 2020

Examinando as Escrituras

Nossa primeira fonte para o ensino da sã doutrina deve ser a Palavra de Deus. Não é apenas o texto original, ela é divinamente inspirada. Quanto mais nos afastamos de uma fonte original, mais contaminada ela fica pelos pensamentos do intérprete. Isso é verdade para a história, e é especialmente verdade para a Bíblia.

A Bíblia tem estado sob ataque desde o seu início. Quer seja minando aqueles livros que formam o cânone da Escritura, ou a suposta descoberta de novos manuscritos que colocariam em questão o texto recebido, sua legitimidade é constantemente questionada. O ceticismo[1] em relação à Palavra de Deus está aumentando. De 2011 a 2013, a porcentagem de indivíduos nos EUA que acreditam que a Bíblia é apenas mais um livro de ensinamentos escritos por homens, que contêm histórias e conselhos, dobrou de 10% para quase 20%[2].

A Palavra de Deus, no entanto, é viva. É como nenhum outro escrito e é mais do que capaz de se sustentar por seu próprio mérito: “Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12). Carregue uma cópia de qualquer outro texto religioso por um campus da universidade, e pouco será dito; leve uma Bíblia e os resultados serão bem diferentes. A Bíblia fala à consciência. Por essa razão, o mundo a odeia. Até mesmo os Cristãos podem relutar em lê-la. É muito mais fácil recorrer ao último best-seller Cristão do que ler a Palavra de Deus. Ele pode encorajar, até desafiar, mas se for um best-seller, ele não falará para a consciência.

A Bíblia é o “sincero [puro – JND] leite da Palavra” (1 Pe 2:2 – KJV). Muitas vezes, é tratada como algo muito difícil – que é sólido alimento apenas para os adultos. Isso levanta a questão: Como esses Cristãos amadureceram? Sim, a Escritura contém sólido alimento, mas também encontramos nela o leite que todo Cristão recém-nascido precisa desesperadamente para crescer normalmente (Hb 5:12-14). Grandes avanços foram feitos nas fórmulas infantis, mas ainda assim, o melhor leite para o bebê é o da mãe. Da mesma forma, podemos procurar simplificar a Bíblia, expor sobre ela, mas nada alimenta como a pura Palavra de Deus.

Muitos assuntos são bem mais difíceis de entender do que a Bíblia – cálculo, mecânica quântica, bioquímica ou escolha um em que você tenha falhado no ensino médio ou na faculdade! Não é uma questão de dificuldade, mas sim, de nosso próprio desinteresse. Simplesmente não entendemos. Entender ou não o que lemos, depende muito do estado de nossa alma: “Ora o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente” (1 Co 2:14). No entanto, como este versículo sugere, não fomos deixados sem um guia. Realmente não temos desculpa. “Mas, quando vier aqu’Ele Espírito de verdade, Ele vos guiará em toda a verdade” (Jo 16:13). O Espírito de Deus toma a Palavra de Deus e a torna boa para nós. Não tudo de uma vez, mas certamente conforme formos precisando.

Ora estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim” (At 17:11). Assim como os bereanos examinavam as Escrituras diariamente, também devemos tornar isso nosso hábito regular. É melhor que se encontre uma hora do dia em que a mente esteja aguçada e organizada, distante dos cuidados do mundo, e que se use para ler, estudar e meditar na Palavra de Deus. Apenas 20% dos americanos leem a Bíblia pelo menos quatro vezes por semana; em contraste, 88% das famílias possuem uma Bíblia[3]. Uma Bíblia na prateleira não faz nada além de ajuntar poeira.



[1] N. do T.: Ceticismo é uma corrente de pensamento segundo a qual o espírito humano não pode ter certeza absoluta de alcançar a verdade e deve abster-se de julgar. Diz, também, que toda afirmação deve ser submetida a uma constante dúvida.

[2] N. do A.: Pesquisa da American Bible Society em 2013.

[3] N. do A.: Pesquisa da American Bible Society em 2013.

Nenhum comentário:

Postar um comentário