Este livro é dirigido
a Cristãos; é endereçado àqueles que podem confiantemente dizer que Jesus
Cristo é tanto seu Salvador como seu Senhor. Para alguns, a salvação veio cedo
na vida e para outros, muito mais tarde. Independentemente de quando fomos
salvos, em algum momento provavelmente fizemos a pergunta: O que significa ser Cristão? Qual é o plano de Deus para mim? Ou
talvez até mesmo: Deus está realmente tão
interessado em mim?
Quando olhamos à
nossa volta na Cristandade, é fácil ficar confuso. Há aqueles que pregam um
evangelho social, onde a mais alta vocação do Cristão é ajudar os
desfavorecidos. Outros seguem o assim-chamado evangelho da prosperidade,
acreditando que as riquezas terrenais são a evidência de serviço fiel. Talvez
menos hoje em dia, mas certamente no passado, homens e mulheres se trancaram em
busca da santidade por meio da autonegação e austeridade. É isso que Deus quer
de mim? Claramente, há uma gama muito ampla de trajetórias que se enquadram na
esfera da profissão Cristã. Não tenho o desejo de condenar os outros, mas sim
de exercitar ambos, o escritor e o leitor quanto à conduta Cristã prática de
acordo com os princípios bíblicos.
Quando o apóstolo
João escreveu suas três cartas (Primeira, Segunda e Terceira João), já havia muita
confusão na Cristandade. As pessoas estavam procurando por uma nova luz e
tinham algumas ideias sofisticadas e inovadoras – infelizmente, elas eram
completamente falsas. Ao enfrentar esse desafio, João apontou seus leitores de
volta ao que era desde o princípio, apontou ao Senhor Jesus Cristo, o Único do
qual ele poderia dizer: “O que era desde
o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos
contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1 Jo 1:1). Da
mesma forma, devemos também voltar ao que foi dado no princípio.
Ao responder as
questões em consideração, devemos deixar que a Escritura fale à nossa
consciência – mesmo quando não gostamos do que ela tem a dizer. Não podemos e
não devemos deixar que nossas ideias sejam formadas pelo que vemos na
Cristandade ao nosso redor. “Todo mundo
estava fazendo isso”, será simplesmente uma resposta insuficiente quando
estivermos diante do tribunal de Cristo (2 Co 5:10).
De certa forma, a
resposta para a pergunta: O que significa
ser um Cristão? É muito simples: “Porque
para mim o viver é Cristo”
(Fp 1:21). Por outro lado, as consequências são de longo alcance,
direcionando-se a todos os aspectos da nossa vida. De maneira nenhuma eu desejo
tornar trivial uma pergunta honesta. Também precisamos ter cuidado para não
criar uma fórmula. Não há nada mais humano do que desejar uma lista de
critérios pelos quais lutar; isso nos dá algo para nos medir, e ao alcançar um
certo grau de sucesso, podemos nos orgulhar de nossa superioridade. Ao
examinarmos esse assunto, haverá tópicos que podemos achar desinteressantes;
outros assuntos serão mais cativantes. Naturalmente falando, gostamos de coisas
que nos fazem ficar ocupados com o “eu”,
“comigo” mesmo. Diga-me para “Pensar
nas coisas que são de cima”
(Cl 3:2) e minha inclinação será dizer: Isso
é muito espiritual; dê-me algo prático para fazer. Se realmente queremos
saber o que significa ser um Cristão, se realmente queremos crescer
espiritualmente, então devemos olhar para Cristo, não importa o quão pequeno
isso me faça.
Como Cristãos da era
moderna, gostamos de ser alimentados de colherzinha na boca. Este não é um
problema novo. O apóstolo Paulo escreveu: “Porque,
devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar
quais sejam os primeiros rudimentos [princípios
– ARA] das Palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de sólido mantimento.
Porque qualquer que ainda se
alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino
[bebê – JND]” (Hb 5:12-13).
No
entanto, nesta era de computação móvel, mídia visual e gratificação
instantânea, nos tornamos especialmente preguiçosos. Queremos realmente passar
o resto da nossa vida chorando pela nossa próxima refeição? Em algum momento
devemos crescer; precisamos reconhecer que pedir continuamente que nossas
vontades sejam feitas, sejam em coisas naturais ou espirituais, é imaturidade.
Para
um tema que se refere a todos os aspectos da vida, não se pode esperar que tudo
seja abrangido por um livro como este. Em última análise, devemos espanar a
poeira das nossas Bíblias e nós mesmos ler e meditar sobre ela. De fato, não
importa o que eu escreva, a Palavra de Deus é nossa primeira fonte e autoridade
final. Compare tudo diligentemente com a Palavra de Deus. Olhe para todos os
versículos e leia o contexto. “Porque de
bom grado receberam a Palavra, examinando
cada dia nas Escrituras se estas coisas
eram assim” (At 17:11).
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