Quando os 3.000
responderam à pregação de Pedro em Atos, capítulo dois, nós os encontramos
primeiro se submetendo ao batismo. Embora o batismo seja amplamente reconhecido
como identificação com a morte de Cristo, é importante ver que também
nos separa de nossas
antigas associações. Pedro disse-lhes “Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados” (At 2:38), pois,
ao fazê-lo, eles se salvariam “desta geração perversa” (At 2:40).
Este fato não se perde nas várias religiões deste mundo; para eles, o batismo
Cristão é apostasia. Para os 3.000, houve uma ruptura clara e visível em
relação àqueles que crucificaram e mataram o Senhor Jesus. Tendo rompido seus
antigos laços, lemos a seguir: “E perseveravam na doutrina e comunhão dos
apóstolos” (At 2:42 – JND). Essa comunhão era completamente diferente
daquela com a qual eles estavam formalmente associados. Não era uma comunhão
que eles haviam criado; era aquela para a qual sua aceitação do evangelho os
havia trazido. Além disso, ela era fundamentada na doutrina dos apóstolos – o
ensino deles sobre a vida, morte, ressurreição e glória de Cristo. Alguém pode
estar em comunhão com outros crentes e ainda assim não estar, em absoluto, na
comunhão dos apóstolos. A pedra angular da comunhão Cristã é Cristo, e ela é
fundamentada no ensino dos apóstolos (Ef 2:20).
Enquanto o apóstolo
João fala da família de Deus, o apóstolo Paulo revela a verdade relativa à Igreja
– o corpo de Cristo. A revelação do Mistério a respeito da Igreja foi dada ao
apóstolo Paulo. A Igreja não pode ser encontrada no Velho Testamento, porque
era um Mistério, oculto ao longo dos séculos (Rm 16:25; Ef 3:9; Cl 1:26). Não
apenas o conceito estava oculto, mas a própria Igreja não existia; e de fato
não poderia existir, até que Cristo, sua Cabeça, fosse glorificado e o Espírito
Santo fosse enviado. A Igreja foi formada no dia de Pentecostes, quando os
crentes em Jerusalém foram batizados em um corpo pelo Espírito Santo (1 Co
12:13; At 2:1-4). A Igreja não é uma extensão gentia de Israel, nem se tornou o
novo Israel, espiritual ou não. A Igreja é um corpo inteiramente novo
composto por todos os verdadeiros crentes desta e somente desta dispensação. “Para
criar em Si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, E pela cruz
reconciliar ambos com Deus em um corpo” (Ef 2:15-16).
Independentemente de nossas falhas, “Há um só corpo” (Ef 4:4).
A comunhão que
compartilhamos como crentes, deve refletir a verdade de um corpo. Nunca lemos
na Escritura sobre círculos de comunhão Cristã, nem lemos sobre nossa
comunhão. Além disso, não é algo que possamos criar. Na primeira carta de Paulo
aos Coríntios, lemos: “Fiel é Deus, pelo Qual fostes chamados para a
comunhão de Seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor” (1 Co 1:9). Existe
apenas uma comunhão, e ela só pode ser desfrutada por meio da comunhão com Cristo.
Muita dificuldade entre crentes poderia ser evitada se reconhecêssemos que
Cristo forma o centro da comunhão Cristã. Quando somos encontrados em comunhão
com Ele, também seremos encontrados em verdadeira comunhão uns com os outros.
Também não devemos esquecer que toda verdadeira comunhão Cristã é “comunhão
do Espírito” (Fp 2:1 – ARA). Sem o Espírito de Deus, somos completamente
impotentes para continuar juntos, numa expressão prática de comunhão.
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