Cristianismo
é transformar, não reformar. Toda religião do homem tenta reformar a pessoa.
Somente no Cristianismo temos a verdade de que a humanidade está perdida; tão
perdida que nem sabe que está! Não há
nada que possamos fazer em nós mesmos para agradar a Deus ou para obter Seu
favor. As coisas são tão ruins que o Senhor Jesus teve de dizer a Nicodemos: “Na verdade, na verdade, te digo que aquele
que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é
nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo
3:5-6). Aquilo que somos por natureza, o que a Bíblia chama de a carne, não pode ser reformado. A
mensagem do Senhor veio como uma surpresa para esse homem religioso. Ele tinha
certeza de que esse grande mestre enviado por Deus poderia apontá-lo para a
direção certa. O Senhor, no entanto, não veio para apontar ao homem perdido a
direção certa. Isso não lhe teria feito bem algum. Teria sido tão cruel quanto
dizer a um homem que está se afogando: “A
praia é por ali!” sem estender a mão para tirá-lo de sua sepultura
submersa.
Nunca
devemos nos esquecer, no entanto, que é um Deus de amor que nos fala a nossa
verdadeira condição. Como um Deus de amor, Ele também é um Deus que sai em
busca: “Que homem dentre vós, tendo cem
ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai
após a perdida até que venha a achá-la?” (Lc 15:4) O Senhor Jesus não veio
apenas para buscar, Ele também veio para salvar. “Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido”
(Lc 19:10). E a que custo nossa salvação foi obtida? O Pastor deu Sua vida
pelas Suas ovelhas: “Eu sou o bom
Pastor: o bom Pastor dá a Sua vida pelas ovelhas” (Jo 10:11). Meditar sobre
a magnitude disso deveria nos deixar completamente surpresos. Não podemos ser
indiferentes ao amor de Deus quando consideramos o quão longe Ele foi para
trazer-nos ao Seu rebanho.
Se
foi necessário ao Senhor Jesus morrer por mim, então é como se eu estivesse morto
n’Ele – Deus certamente me vê dessa maneira. “Já estou crucificado
com Cristo” (Gl 2:20). Além disso, “se
um morreu por todos, logo todos morreram” (2 Co 5:14). Naturalmente
falando, o homem está moralmente morto – não apenas doente, mas morto “em ofensas e pecados” (Ef 2:1). Tendo morrido com Cristo, a vida
que agora vivemos é aquela vida nova e eterna que possuímos em Cristo. “Porque o salário do pecado é a morte, mas
o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor”
(Rm 6:23). “Vivo, não mais eu, mas
Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de
Deus, o qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2:20).
Isso não é algo simplesmente
para teólogos ponderarem. Há consequências mais abrangentes e mais importantes.
Em primeiro lugar, que libertação! Quando descobrimos que a velha natureza não
pode ser reformada, mas antes, devemos dar um fim nela por completo, que alívio
que é. Mas como isso pode ser feito? Por meio da morte! Sim, para um Cristão, a
vida é obtida por meio da morte – a morte do Senhor Jesus Cristo e nosso lugar
com Ele nela. Exteriormente, somos identificados com a morte de Cristo pelo
batismo. “Nós fomos enterrados,
portanto, com Ele pelo batismo até a morte” (Rm 6:4 – JND). E então a
questão não é mais: “Como serei liberto deste corpo de morte?”, mas sim
“quem pode me libertar?” A resposta é muito preciosa: “Miserável homem que eu sou! Quem me
livrará deste corpo de morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso
Senhor” (Rm 7:24-25 – JND). Nossa velha natureza é escrava do tirano
pecado. Um homem morto não é subserviente a ninguém. “Porque aquele que está morto está justificado do pecado” (Rm 6:7).
Isso não significa que um Cristão esteja livre de pecar, mas ele está
certamente livre do pecado como um princípio governante em sua vida.
Em segundo lugar, uma
vez que agora possuímos uma nova vida em Cristo, para quem estamos vivendo? “E
Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para
aqu’Ele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5:15).
A transformação
trazida pela salvação é muito real. Ela tira uma pessoa de um caminho de
destruição e não apenas a livra, mas a coloca em um caminho inteiramente novo,
com gostos, desejos e objetivos totalmente diferentes. “Se alguém está em
Cristo, é uma nova criação; passou o que era velho, eis que se fez novo”
(2 Co 5:17 – TB).
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