Graça
A
graça é o favor mostrado por Deus ao homem culpado. A graça não ignora o pecado
– isso significaria que Deus seria injusto. Pelo contrário, é somente por causa
da obra propiciatória de Cristo que a graça pode ser estendida ao homem. Não há
nada que possamos fazer para merecer a graça de Deus – nem obras nem obediência
à lei: “Ora àquele que faz qualquer obra
não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida” (Rm
4:4). “Vós os que vos justificais pela
lei: da graça tendes caído” (Gl 5:4). Temos parte nela por meio do
arrependimento e fé: “A conversão a
Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20:21). “Porque pela graça sois salvos, por
meio da fé; e isto não vem de vós; é
dom de Deus” (Ef 2:8).
O
crente é diariamente sustentado pela graça de Deus: “A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo seja convosco” (Rm 16:20; 1 Co 16:23; Fp 4:23, etc.)
Justiça
Justiça é
o atributo de Deus no qual Ele age em perfeita consistência com Seu próprio
caráter. Por causa da obra propiciatória de Cristo, Deus pode, em justiça,
justificar os culpados que n’Ele creem. É importante reconhecer que a graça,
conforme expressa no evangelho, se baseia na justiça – de forma alguma a graça
deixa de lado ou diminui a justiça.
No homem,
a justiça contrasta com o pecado. O homem provou a si mesmo estar sem justiça: “Não há um
justo, nem um sequer” (Rm
3:10). Como crentes, somos feitos a justiça de Deus em Cristo: “Àquele
que não conheceu pecado, O fez pecado por nós; para que n’Ele fôssemos
feitos justiça de Deus” (2 Co
5:21). A justiça de Cristo não foi colocada em nossa conta; antes, Deus nos vê
como justos em Cristo por causa de
Sua obra na cruz.
Justificação
A
justificação contrasta com a condenação. Justificação significa ser declarado justo. Se alguém foi
justificado, então foi livre de toda acusação contra ele: “Portanto agora nenhuma condenação
há para os que estão
em Cristo Jesus” (Rm 8:1). Somos justificados pela graça: “Sendo justificados gratuitamente pela Sua
graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3:24). A justificação é
baseada no princípio de fé e não de obras: “O
homem é justificado pela fé sem as obras da lei” (Rm 3:28). O sangue é o
fundamento disso: “Sendo justificados
pelo Seu sangue, seremos por Ele salvos da ira” (Rm 5:9).
Pecado
O pecado,
na mente da maioria, é um ato de maldade: homicídio, roubo, mentira e assim por
diante. Aos olhos de Deus, contudo, “pecado
é iniquidade [rebeldia – AIBB]” (1 Jo 3:4). É viver sem referência a Deus. A
Escritura distingue entre pecado, a
raiz, e pecados, o fruto – as coisas
que realmente fazemos. Por meio da transgressão de Adão, o pecado entrou neste
mundo e, como resultado, a morte. Toda a raça de Adão carregou a mesma natureza
pecaminosa como evidenciada pelo fruto na vida dos que a compõem: “Pelo que, como
por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a
morte passou a todos os homens por isso
que todos pecaram” (Rm
5:12).
Perdão
Culpado! É o veredicto solene de
Romanos, capítulos um a três: “Para que
toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus”
(Rm 3:19). Não há nada que possamos fazer para corrigir nossa condição – o
perdão é uma necessidade. Deus, no
entanto, é um Juiz justo e Ele não pode ignorar o pecado. É apenas no terreno
da obra sacrificial de Cristo que Deus pode estender o perdão. Todos os que
confiam nessa obra recebem perdão por seus pecados: “Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4:32). “Pelo Seu nome vos são perdoados os pecados” (1 Jo 2:12).
Propiciação
Por
meio da morte do Senhor Jesus Cristo, a natureza justa e santa de Deus foi
totalmente vindicada. O pecado provocou uma condição de coisas completamente
odiosas para Deus – foi uma afronta à Sua natureza justa e santa. É a obra
propiciatória de Cristo que atendeu a isso – e, como tal, essa obra é universal
e completa: “Jesus Cristo, o justo...
Ele é a propiciação pelos nossos pecados; mas não pelos nossos apenas, mas
também por todo o mundo” (1 Jo 2:1-2 – JND). É importante reconhecer
que propiciação atende ao dano causado a Deus e não à culpa do homem. No
entanto, é com base na propiciação que Deus agora Se apresenta como um
Deus-Salvador. Todos os que confiam no Senhor Jesus Cristo – e somente esses –
têm salvação.
Reconciliação
A
reconciliação contrasta com a alienação – uma alienação que ocorreu por causa
do pecado. É por meio da morte do Senhor Jesus Cristo na cruz que um crente
agora está reconciliado a Deus: “A
vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas
vossas obras más, agora contudo vos
reconciliou. No corpo da Sua carne, pela morte, para perante Ele vos
apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1:21-22). A natureza velha não é reconciliada;
é apenas como possuidores de uma nova natureza que estamos reconciliados –
agora temos uma natureza, nascida de Deus, que é adequada à Sua natureza.
Redenção
Na
redenção, somos comprados de volta e colocados em liberdade. A redenção
contrasta com a escravidão: “Todo
aquele que comete pecado é servo do pecado” (Jo 8:34). O Senhor Jesus Cristo pagou o preço da
redenção com Seu sangue: “Resgatados...
com
o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pe 1:18-19). Fomos redimidos do poder do
pecado: “Nosso
Senhor Jesus Cristo; O qual Se deu a Si mesmo por nós para nos remir de toda a
iniquidade” (Tt
2:13-14); de Satanás: “Quando
o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem; Mas,
sobrevindo outro mais valente do que ele, e vencendo-o, tira-lhe toda a sua armadura em que
confiava, e reparte os seus despojos” (Lc 11:21-22); deste mundo maligno: “O nosso Senhor
Jesus Cristo, O qual Se deu a Si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do
presente século mau” (Gl
1:3-4).
Santidade
A santidade tem sido
descrita como “uma natureza que se
deleita na pureza e que repele o mal”. A santidade contrasta com a contaminação
– o oposto de santo é profano. Deus é santo em Seu caráter. O Cristão é santo,
pois é participante dessa natureza divina: “O
novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade”
(Ef 4:24). Baseado nisso, somos chamados a viver uma vida de santidade prática:
“Sede santos, porque Eu sou santo”
(1 Pe 1:16). A palavra grega usada para “profano’ no Novo Testamento tem o
sentido de: acessível; um lugar comum
ou aberto. Se quisermos viver uma
vida de santidade, então devemos excluir todas as coisas profanas. Sob a lei,
um vaso aberto era impuro (Nm 19:15).
Santificação
Santificação refere-se à
santidade. Santificar, ou consagrar algo, é declará-lo santo. Ao fazer isso,
essa coisa é separada de toda contaminação. Na santificação, o crente é
separado para Deus. Esta é a nossa presente posição em Cristo (1 Co 1:2, 30). “Na
qual vontade temos sido santificados pela oblação [oferta – ARA] do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez” (Hb
10:10). Há também aquela santificação prática e contínua na vida do crente: “Porque
aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam como bem lhes
parecia; mas Este, para nosso
proveito, para sermos participantes da Sua
santidade” (Hb
12:10).
Substituição
A
substituição me permite dizer: “O Filho
de Deus, O qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim” (Gl 2:20). Ao levar meus pecados em Seu próprio corpo na cruz, Cristo é
meu Substituto (1 Pe 2:24). “Jesus,
nosso Senhor... O qual por nossos
pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificação” (Rm 4:25). Propiciação é o aspecto da cruz que é para com Deus;
substituição, por outro lado, é aquele que diz respeito a cada crente
individualmente. Enquanto a propiciação tratou com o caráter do pecado
universalmente, a substituição só pode ser reivindicada por aqueles que aceitam
pessoalmente o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador: “para todos e sobre todos os que creem” (Rm 3:22).
Vida Eterna[1]
A
vida eterna é mais do que uma vida sem fim. Mesmo os não salvos vivem para
sempre – para eles, porém, será passada em castigo eterno (Mt 25:46). A vida
eterna foi manifestada na vida do Senhor Jesus Cristo: “Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo 5:20). Essa mesma
vida é agora o dom de Deus para todos que creem no evangelho: “O dom gratuito de Deus é a vida eterna,
por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6:23). É a possessão presente de todo
crente: “Estas coisas vos escrevi, para
que saibais que tendes a vida eterna, e para que creiais no nome do Filho
de Deus” (1 Jo 5:13). É caracterizada pelo conhecimento de Deus plenamente
revelado como o Pai no Filho: “E a vida
eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a Quem enviaste” (Jo 17:3).
[1]
N. do A.: Crédito
deve ser dado ao “Concise Bible Dictionary” por George Morrish, e “Present Truth for Christians” por H. E.
Hayhoe, onde ajudas adicionais sobre esses assuntos poderão ser encontradas.
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