Ministério

Alguns Cristãos acreditam que o ministério escrito é amplamente supérfluo. Afinal, temos a Palavra de Deus e o Espírito Santo para nos guiar. Mas este é o exemplo que encontramos na Escritura? É a essa conclusão que o Espírito de Deus nos conduziria?

Timóteo foi instruído a ensinar homens fiéis para que pudessem ensinar aos outros (2 Tm 2:2). Um dos dons do Espírito é ensino; outro, exortação. Não podemos esperar entender a Palavra de Deus quando negligenciamos o ministério que Deus tem dado à Igreja. Quando Cristo subiu ao céu, deu dons à Igreja; Ele não nos deixou sem recursos durante Sua ausência. “E Ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores, Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4:11-12).

Rejeitar o ministério fiel é desprezar os dons que Cristo tem dado. É orgulho imaginar-nos mais sábios do que aqueles homens fiéis que nos precederam, e será para nossa perda ou pior. Lembra-se daquele alimento sólido de que falei? Ouça o que Pedro diz: “como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição” (2 Pe 3:15-16). É prudente usar as ajudas que nos foram dadas para esclarecer as coisas que temos dificuldade de entender. Quando somos orgulhosos demais para procurar ajuda, corremos o risco real de chegar às nossas próprias conclusões, bem à parte do poder do Espírito Santo.

Como em tudo o que foi confiado ao homem, tem havido um fracasso em manter a verdade de Deus. Por 2.000 anos, os homens têm empilhado madeira, feno e palha naquele edifício que se tornou a Cristandade (1 Co 3:12). Paulo alertou várias vezes sobre falsos mestres. “Apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras” (1 Tm 4:1). “Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão ao rebanho; E que dentre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas [pervertidas – JND], para atraírem os discípulos após si” (At 20:29-30) “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos [como que sentindo coceira nos ouvidos – ARA], amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas” (2 Tm 4:3-4 – ARF).

É essencial que saibamos algo sobre os homens cujos escritos lemos ou ouvimos. Paulo qualificou sua instrução a Timóteo com: “Sabendo de quem o tens aprendido” (2 Tm 3:14). O apóstolo João também assinalou para seus leitores: “Não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1 Jo 4:1). Como regra geral, o ministério sadio sempre exaltará a Cristo; aquele que é falso, fará muito do homem. Em Hebreus, o escritor diz: “Lembrai-vos dos vossos pastores, que vos falaram a Palavra de Deus, a fé dos quais imitai, atentando para a sua maneira de viver” (Hb 13:7). A frase final poderia ser traduzida como, “considerando o resultado de seu comportamento”. Devemos estar cientes de ambos, da doutrina que o mestre sustenta e também do caráter da vida que ele vive. Como já observamos, os dois andam de mãos dadas.