terça-feira, 29 de setembro de 2020

Paz

Claramente há ocasiões em que não nos sentimos desfrutando dessas bênçãos; em vez de gozo e paz, há inquietação. A Escritura fala de dois tipos de paz e frequentemente elas são confundidas: paz com Deus e a paz de Deus.

A primeira, a paz com Deus, repousa na obra consumada de Cristo: “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1 – ARF). Esta é uma declaração do fato – ela está na classe de bênçãos de que estamos falando. O apóstolo Paulo, em sua carta aos Colossenses, a apresenta muito claramente: “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no entendimento pelas vossas obras más, agora contudo vos reconciliou no corpo da Sua carne, pela morte, para perante Ele vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1:21-22). Em 2 de setembro de 1945, o ministro das Relações Exteriores do Japão assinou a Ata de Rendição, marcando assim o fim da Segunda Guerra Mundial. Independentemente dos sentimentos dos indivíduos de ambos os lados, a guerra havia acabado; a paz agora existia entre Japão e as potências aliadas. Apesar disso, alguns soldados japoneses permaneceram escondidos por muitos anos, com medo de aparecer por causa de sua vergonha. Não importa como se sentiam, isso não mudou o único fato que permanecia, de que a guerra havia terminado. Da mesma forma, independentemente de como nos sentimos, devemos reconhecer que essa paz, e não simplesmente o perdão, foi feita por meio do sangue da cruz. “Havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz” (Cl 1:20). Se falharmos em ver isso, uma maior conscientização sobre o pecado servirá apenas para nos deixar sobrecarregados e abatidos.

O segundo tipo de paz, a paz de Deus, pode ser contrastada com a ansiedade. É a paz que o Senhor Jesus possuía enquanto andava por esta Terra, diante da rejeição. O Senhor falou desta paz aos Seus discípulos, pouco antes do Calvário: “Deixo-vos a paz, a Minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize (Jo 14:27). O apóstolo Paulo também abordou essa paz em sua carta aos Filipenses. Na época ele estava na prisão, enfrentando um futuro muito incerto – sua vida estava em risco. Ouça o que ele tem a dizer: “Não estejais inquietos por coisa alguma: antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus (Fp 4:6-7). Claramente, podemos perder este tipo de paz – se não fosse assim, Paulo não teria necessidade de encorajar os crentes Filipenses. Somos encorajados a deixar as coisas que nos sobrecarregam e a entregar tudo a Deus em oração. Mas há algo a mais, esta paz só pode ser conhecida por meio de Cristo Jesus. Só Ele é a âncora da nossa alma:

“O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio” (Sl 18:2). Na mesma medida em que nossa fé repousa em Cristo em glória, sentiremos paz em nossa vida.

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