Claramente há
ocasiões em que não nos sentimos desfrutando dessas bênçãos; em vez de gozo e
paz, há inquietação. A Escritura fala de dois tipos de paz e frequentemente
elas são confundidas: paz com Deus e
a paz de Deus.
A primeira, a paz com Deus, repousa na obra consumada de
Cristo: “Tendo sido, pois, justificados
pela fé, temos paz com Deus, por
nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1 – ARF). Esta é uma declaração do fato –
ela está na classe de bênçãos de que estamos falando. O apóstolo Paulo, em sua
carta aos Colossenses, a apresenta muito claramente: “A vós também, que noutro tempo éreis estranhos, e inimigos no
entendimento pelas vossas obras más, agora
contudo vos reconciliou no corpo da Sua carne, pela morte, para perante Ele
vos apresentar santos, e irrepreensíveis, e inculpáveis” (Cl 1:21-22). Em 2
de setembro de 1945, o ministro das Relações Exteriores do Japão assinou a Ata
de Rendição, marcando assim o fim da Segunda Guerra Mundial. Independentemente
dos sentimentos dos indivíduos de ambos os lados, a guerra havia acabado; a paz
agora existia entre Japão e as potências aliadas. Apesar disso, alguns soldados
japoneses permaneceram escondidos por muitos anos, com medo de aparecer por
causa de sua vergonha. Não importa como se sentiam, isso não mudou o único fato
que permanecia, de que a guerra havia terminado. Da mesma forma, independentemente
de como nos sentimos, devemos reconhecer que essa paz, e não simplesmente o
perdão, foi feita por meio do sangue da cruz. “Havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz” (Cl 1:20). Se
falharmos em ver isso, uma maior conscientização sobre o pecado servirá apenas
para nos deixar sobrecarregados e abatidos.
O segundo tipo de
paz, a paz de Deus, pode ser
contrastada com a ansiedade. É a paz que o Senhor Jesus possuía enquanto andava
por esta Terra, diante da rejeição. O Senhor falou desta paz aos Seus
discípulos, pouco antes do Calvário: “Deixo-vos
a paz, a Minha paz vos dou: não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se
atemorize” (Jo 14:27). O apóstolo Paulo também abordou essa paz em sua
carta aos Filipenses. Na época ele estava na prisão, enfrentando um futuro
muito incerto – sua vida estava em risco. Ouça o que ele tem a dizer: “Não estejais inquietos por coisa alguma:
antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e
súplicas, com ação de graças. E a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4:6-7). Claramente, podemos perder
este tipo de paz – se não fosse assim, Paulo não teria necessidade de encorajar
os crentes Filipenses. Somos encorajados a deixar as coisas que nos
sobrecarregam e a entregar tudo a Deus em oração. Mas há algo a mais, esta paz
só pode ser conhecida por meio de Cristo
Jesus. Só Ele é a âncora da nossa alma:
“O
Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu
Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha
salvação, e o meu alto refúgio” (Sl 18:2). Na mesma
medida em que nossa fé repousa em Cristo em glória, sentiremos paz em nossa
vida.
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